Mostrar o Passo da Pátria sob um novo ângulo, tendo como ponto de partida as sensibilidades profissionais através de ferramentas da sociologia, da arquitetura e urbanismo tático. Quatorze artistas de seis estados brasileiros se integraram a este projeto durante 10 dias na comunidade. O resultado pode ser visto numa exposição aberta na última quinta-feira, dia 30, na Capitania das Artes. A exposição INarterurbana, que fica no local até 30 de setembro, exibe o trabalho dos artistas visuais que ealizaram a pintura de murais no Passo da Pátria através de interações com moradores dentro de um processo de residência artística.
Integraram a quarta edição do projeto artistas de seis estados do Brasil: Camíz (RJ), Bones (RN), Bruno Malagrino (SP), Luna (PI), Discordia (SP), Bros (PE), Lelo (RJ), Coletivo Aboio (RN), Charles Lessa (CE), Pato (RJ) e Olívia AF (SP) que participarão ao lado dos artistas convidados, Marcelo Borges (RN), Lima (RN) e Bruno Otávio (RN).
Durante a ação foram produzidos murais voltados para o Rio Potengi, além de painéis artísticos representando personagens e símbolos do cotidiano que passam agora a integrar a paisagem da comunidade.
Idealizado pelas produtoras Agathae Montecinos, Sayonara Pinheiro e Nizia Montecinos, o INarteurbana é um projeto sociocultural e transdisciplinar de ativação de espaços públicos através de ações artísticas. Através de ações regulares desde 2016, a ação tornou-se um ponto de encontro da cena da arte urbana nacional e internacional, principalmente através de residências artísticas promovidas pontualmente e que contribuem para a vida cultural da cidade e fortificam a relação entre públicos, artistas, agentes e instituições.
O projeto é uma realização da associação franco-brasileira Pixo, e do ponto de cultura e residência artística Casa Vermelha, patrocinado pela Fundação Air France, com o apoio da Aliança Francesa de Natal, Consulado Geral da França em Recife, Instituto Francês, Prefeitura do Natal, Fundação Capitania das Artes, SEMURB-RN, SETHAS-RN, Escola Municipal Mareci Gomes, Sherwin Williams, Mahalila Café e Livros, Jamad Madeiras e Ferragens, Identfix, Grupo de teatro Facetas, mutretas e outras histórias, Rádio comunitária e Grupo de idosos do Passo da Pátria.
Comunidade histórica
De acordo com a dissertação de mestrado de Daline Souza, defendida junto a Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN em 2007, “o espaço operado pelos moradores permite sinalizar para singularidades que permite a identificação de quatro espaços: Pedra do Rosário, Passo, Areado e Pantanal”.
No trabalho "Da Pedra do Rosário ao Pantanal: Espaço e Urbanização no Passo da Pátria", a pesquisadora avaliou as formas de apropriação desses espaços e o impacto do processo de urbanização da comunidade.
Para isso, levantou dados históricos sobre o local. Em 1870, funcionava na atual comunidade o Porto do Oitizeiro. Era também o Porto da Cidade ou Porto do Paço da Pátria. A denominação surgiu em 1886, homenagem do então presidente da província aos voluntários potiguares que lutaram na Guerra do Paraguai. Passo da Pátria era o nome da cidade paraguaia onde ocorreu uma das batalhas.
Com informações e fotos de Agência Solo Digital