O Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC Bahia) exibe, a partir desta quinta-feira (7), até 16 de fevereiro, a exposição “Dona Fulô e Outras Joias Negras”, que retrata mulheres negras que desenvolveram a “economia da liberdade” e conquistaram a liberdade através de expressões da ancestralidade africana. A ação é promovida pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e integra a programação oficial do G20 de Cultura.
O lançamento oficial aconteceu na noite da última quarta-feira (6), e contou com a presença dos participantes do G20, que puderam conhecer a trajetória das riquezas produzidas no Brasil pelas mulheres negras durante o Brasil Colônia, em especial na Bahia. Junto a eles estavam o Governador do Estado, Jerônimo Rodrigues, a Ministra da Cultura, Margareth Menezes, o Secretário da Cultura do Estado da Bahia, Bruno Monteiro, a presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, o cantor Gilberto Gil, que escreveu um poema especial para a publicação do livro “Florindas”, que complementa a mostra.
Com uma curadoria feita por Carol Barreto, Eneida Sanches e Marília Panitz. Dona Fulô e Outras Joias Negras conta com obras de 22 artistas baianos contemporâneos, fruto da organizada e rica coleção do baiano Itamar Musse. A exposição retrata o valor simbólico da construção cultural feita através dos negros escravizados, que transformam a convivência entre diferentes matrizes no novo continente. Fazendo referência às obras artísticas, indo além dos documentos e imagens que proporcionaram o surgimento das Joias de Crioula.
A mostra, que surge a partir de uma coleção de adornos conhecidos como “Joias de Crioula", é dividida em três temáticas e aborda diferentes aspectos da história. A partir da foto de uma mulher negra, adornada com joias e vestes que expressavam riqueza, identificada como Florinda Anna do Nascimento, carinhosamente chamada de Dona Fulô, um símbolo de resistência cultural.
O primeiro tema “Histórias Florindas” ambienta os visitantes no Brasil dos séculos XVIII e XIX, tratando as práticas das mulheres negras que conquistaram a liberdade através do trabalho nas ruas e a maneira como elas expressavam sua ancestralidade africana. Essa é a seção que ilustra o contexto social e cultural que as “Joias de Crioula” estão inseridas.
Em “Raras Florinda”, o segundo tema reúne coleção feita por Itamar. Apresentando retratos e tecidos, que mostram a tradição social que elas representavam. Já o terceiro tema, “Armas Florindas, apresenta a produção contemporânea de artistas negros que dialogam com a história dessas mulheres com diferentes formas artísticas.
A exposição também conta com o lançamento do livro “Florindas”, que apresenta toda a coleção de joias do acervo de Itamar Musse. O livro é organizado pelo próprio colecionador, Musse, e pelo editor Charles Cosac, tendo a coordenação feita pelo historiador Eduardo Bueno e de Ana Passos. A publicação esclarece quais eram as condições em que viviam as mulheres negras na Bahia dos séculos XIX e XX, e apresenta ao público a impressionante história de Dona Fulô.
Fonte: Secretaria de Cultura do Estado da Bahia
Imagens: Divulgação
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