Vulcões do Nordeste: uma opção para o turismo de aventura?
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Vulcões do Nordeste: uma opção para o turismo de aventura?

Atualizado: 22 de abr.

Montanhas por vezes envolvidas em mistério e medo, complexos rochosos que se formam nas junções de placas tectônicas, os vulcões sempre atraíram a curiosidade humana. Há empresas de turismo especializadas em roteiros para aventureiros que se interessam pelo tema. Matéria do portal IG lista 15 locais ao redor do mundo com potencial de visitação.


O Brasil, particularmente o Nordeste, pode ser incluído nessa lista a partir de mais um estudo sobre o tema. O pesquisador da UFRN Zorano Souza, do Departamento de Geologia da UFRN (GEO/UFRN), está de partida para a China com o intuito de descobrir mais sobre ocorrências vulcânicas na região. De acordo com a UFRN, (leia aqui), amostras serão recolhidas entre a cidade de Macau, no litoral setentrional do Rio Grande do Norte, onde se registra a ocorrência dessas estruturas geológicas, e os municípios de Boa Vista e Queimadas, no interior da Paraíba.


Segundo o geógrafo Marcos Nacimento, a pesquisa tem finalidade científica, mas as informações colhidas a partir de estudos do tipo podem ser utilizadas para fins de eventuais informações ao turista. Há entre 100 e 150 ocorrências do tipo na região, informa Nascimento.



O exemplo mais conhecido no Rio Grande do Norte já é local de atração turística, mas pouco explorado: o Pico do Cabugy. O local tem um quê de mistério, talvez pela polêmica sobre o descobrimento do Brasil. Em 2018, estivemos por lá e a experiência virou um podcast, que foi ao ar no extinto programa Café das Sete, na Rádio Rural, hoje 91,9 FM. Ouça.


No entanto, transformar o Pico do Cabugy em local de atração turística envolve uma série de variantes e cuidados. O local é uma Unidade de Conservação (UC) do tipo Parque Ecológico, localizada no município de Angicos (divisa com os municípios de Lajes e Fernando Pedroza), na Mesorregião Central Potiguar do estado do Rio Grande do Norte. Uma formação geológica que se eleva a 590 metros de altitude e apresenta uma diversidade significativa de atrativos naturais que podem se constituir em fator de atração de visitantes motivados pela prática do turismo ecológico, de aventura, pedagógico e contemplativo. Saiba mais


Ecoposto, cuidados para visitação e recategorização da UC


Segundo Ilton Soares, supervisor do Núcleo de Unidades de Conservação do Idema, considerando as especificidades do local, como trilhas íngremes e de percurso desconhecido da maioria dos visitantes, a recomendação para visita é que ela seja feita em pequenos grupos e sempre acompanhada de guias locais e profissionais com experiência neste tipo de turismo de aventura. "Por ser um monumento rochoso, há o risco de deslocamento de pequenos blocos de rochas, o que pode causar acidentes. Diante disto, é essencial fazer a trilha com o uso de equipamentos de proteção individual, como capacete, por exemplo", completa Soares


Conforme Soares, o Idema pretende construir um ecoposto no local "ainda na atual gestão, que será utilizado como sede administrativa e espaço para realização de atividades de sensibilização ambiental". O instituto também abriu processo para recategorizar o Pico do Cabugy, de Parque para Monumento Natural, uma vez que o órgão entende que esta é a categoria mais adequada para as características naturais da unidade de conservação. De acordo com o Art. 12. do SNUC, aponta Soares, “O Monumento Natural tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica.” O processo está aguardando parecer da Procuradoria Geral do Estado.


A recategorização vai permitir que o Cabugy seja inserido no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). "O Parque Ecológico do Cabugy foi criado em 1988, antes da criação do SNUC, e com isso, sua nomenclatura difere das 12 categorias estabelecidas pelo SNUC, o que impossibilita a inserção da UC no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação, coordenado pelo MMA", explica o supervisor. Após a recategorização será elaborado o plano de manejo da UC, instrumento técnico que estabelece as regras e possibilidades de uso da Unidade, informa Soares.

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